sábado, 16 de maio de 2009

Dízimo

Muitos já devem ter dirigido um veículo à noite, em uma estrada. Não há a conhecida iluminação de uma cidade. Tudo é escuridão. A viagem é monótona, porque não vemos as fazendas, os animais, o céu, as matas. Só há escuridão. E o farol do veículo ilumina apenas uns poucos metros à frente. Os buracos na pista só são identificados quando o veículo já está muito próximo deles. Mas vemos o suficiente para fazer a viagem em segurança.
Falando a respeito de uma situação semelhante, o Pres. Gordon B. Hinckley afirmou:
E isso ocorre com nossa jornada eterna. Damos um passo de cada vez. Ao fazê-lo partimos rumo ao desconhecido, mas a fé ilumina o caminho. Se cultivarmos essa fé, jamais andaremos na escuridão.
Seguindo com suas considerações acerca da fé, Pres. Hinckley relatou, então, uma comovente experiência de uma irmã de São Paulo. Disse ele:
Deixem-me contar-lhes uma história a respeito de uma jovem em São Paulo, Brasil. Ela trabalhava para ajudar a família e ao mesmo tempo freqüentava a faculdade. Contarei sua história usando suas próprias palavras. Ela diz:
"Minha universidade tinha um regulamento que proibia a realização de provas por alunos que estivessem em atraso nas mensalidades. Por essa razão, ao receber meu salário, primeiramente separava o dinheiro do dízimo e ofertas, e o restante era distribuído para o pagamento da escola e outras despesas.
Lembro-me de um período em que (. . .) enfrentei sérias dificuldades financeiras. Era uma quinta-feira quando recebi meu salário. Ao calcular o orçamento mensal, notei que não haveria o suficiente para pagar o dízimo e a faculdade. Teria de escolher entre um e outro. As provas bimestrais começariam na semana seguinte e, se não as fizesse, poderia perder o ano escolar. Senti uma forte angústia. (. . .) [e] o coração aflito. Estava diante de um doloroso impasse e não sabia qual decisão tomar. Ponderava entre as duas escolhas: pagar o dízimo ou arriscar a possibilidade de conseguir os créditos necessários para a aprovação escolar.
Esse sentimento consumiu minha alma e permaneceu comigo até sábado. Foi quando lembrei que, ao aceitar o batismo na Igreja, concordara em viver a lei do dízimo. Eu havia assumido um compromisso, não com os missionários, mas com o Pai Celestial. Naquele momento, a angústia foi desaparecendo, dando lugar a uma agradável sensação de tranqüilidade e determinação. (. . .)
Naquela noite, ao orar, pedi perdão ao Senhor por minha indecisão. No domingo, antes do início da reunião sacramental, procurei o bispo e, com grande satisfação, paguei o dízimo e ofertas. Aquele foi um dia especial. Simplesmente sentia-me feliz e em paz comigo mesma e com o Pai Celestial.
No dia seguinte, enquanto estava no escritório, tentava descobrir uma saída para conseguir realizar as provas, que se iniciariam na quarta-feira daquela semana. Por mais que pensasse, não achava uma solução. Na época, trabalhava em um escritório de advocacia e meu chefe era a pessoa mais rigorosa e severa que havia conhecido na vida.
Já era final do expediente, quando meu chefe se aproximou e transmitiu as últimas ordens do dia. Feito isso, com sua pasta na mão, despediu-se e deixou a sala. Repentinamente parou, e voltando-se em minha direção, perguntou: 'Como vai sua faculdade?' Surpresa, não acreditava no que estava ouvindo. A única coisa que consegui falar com voz trêmula, foi: 'Tudo bem!' Ele me olhou pensativo e despediu-se novamente. (. . .)
Logo em seguida, a secretária entrou na sala, dizendo que eu era uma pessoa afortunada! Quando lhe perguntei o motivo de tal afirmação, ela simplesmente respondeu: 'O chefe acabou de comunicar que, a partir de hoje, o escritório vai pagar integralmente sua faculdade e seus livros. Antes de sair, passe por minha mesa e informe os valores, pois amanhã mesmo lhe darei o cheque.'
Dito isso, ela retirou-se e, eu, chorando muito e sentindo-me humilde, ajoelhei-me ali mesmo e agradeci ao Senhor por Sua generosidade. [Disse] ao Pai Celestial que não precisava abençoar-me tanto. Eu necessitava somente do valor de uma mensalidade, e o dízimo que havia pago no domingo era tão pequeno em comparação à quantia que estava recebendo! Durante aquela oração, as palavras registradas em Malaquias vieram-me à mente: '(. . .) fazei prova de mim (. . .) se Eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes'. (Mal. 3:10) Até aquele momento, nunca havia sentido a grandeza da promessa contida nessa escritura, e que esse mandamento é, na verdade, uma grande prova de amor que o Pai Celestial dá a Seus filhos aqui na Terra."
(E então o Pres. Hinckley arremata:) A fé é a fibra básica que dá força a esta obra. Isso é evidente onde quer que esta Igreja esteja estabelecida no mundo. Ela não se limita a um país, a uma nação, a um idioma ou a um povo. É encontrada em todas as partes. Somos um povo que tem fé. Andamos pela fé. Prosseguimos em nossa jornada eterna, um passo de cada vez.
O Élder John A. Widtsoe afirmou[1]:
O dizimista estabelece uma comunhão com o Senhor: esta é a melhor recompensa. A obediência à lei do dízimo, como a qualquer outra lei, traz uma satisfação e um profundo entendimento, que não podem ser conquistados de qualquer outra forma. O homem, num sentido real, torna-se sócio, embora um sócio humilde, do Senhor, no maravilhoso e eterno programa estabelecido para a salvação da humanidade. Os princípios da verdade tornam-se mais claros, e fica mais fácil segui-los. O homem aproxima-se mais de seu Criador. A oração fica mais fácil. As dúvidas diminuem, e a fé aumenta; a certeza e a coragem alentam a alma. A sensibilidade espiritual se acentua e a voz eterna é ouvida com maior clareza. O homem se torna mais semelhante ao seu Pai Celestial.
Alguns irmãos se constrangem quando falamos do dízimo. Acham desconfortável tratar desse assunto em reuniões sacramentais, já que temos pesquisadores visitando a Igreja. Na verdade, quando falamos de dízimo, na Igreja de Jesus Cristo, estamos falando de fé, de obediência, de templos. Após a mensagem não haverá cestas recolhendo doações, porque o objetivo é levar o povo a Cristo, e não arrecadar. Mas precisamos falar daquilo que, por não ser observado, está nos distanciando de Deus. E os que nos visitam conhecerão a nossa perspectiva acerca da lei do dízimo.
A propósito, da nossa perspectiva, esta lei não pode ser encarada como um fardo, mas, sim, uma bênção; não pode ser encarada como um obstáculo à aceitação do evangelho restaurado, mas, sim, como um mandamento com promessa – insista-se, uma bênção na vida dos fiéis. Observem o relato a seguir, do Élder Robert D. Hales[2]:
Exorto-os a que não procrastinem e a que atendam ao mandamento do Senhor de viver a lei do dízimo. Conheço dois missionários que visitaram uma família muito pobre. A casa era de taipa, o chão era de terra e não havia eletricidade, nem camas. Todas as noites o pai, lavrador, gastava todo o ganho do dia em alimentos, que trazia para o modesto jantar. Ao sair desse lar tão humilde, o companheiro sênior pensou consigo mesmo: "A lei do dízimo será certamente um grande obstáculo para essa família. Talvez seja prudente não tocar nesse assunto por enquanto". Alguns momentos depois, o companheiro júnior, que crescera em situação semelhante em seu próprio país, expressou em voz alta o que pensava: "Sei que o princípio do dízimo não será ensinado nas próximas quatro palestras, mas por favor, vamos ensiná-lo na próxima visita? Eles precisam ficar sabendo do dízimo agora, pois necessitam muito da ajuda e das bênçãos do Senhor".
Esse missionário sabia que "há uma lei, irrevogavelmente decretada no céu antes da fundação deste mundo, na qual todas as bênçãos se baseiam – e quando recebemos uma bênção de Deus, é por obediência à lei na qual ela se baseia". O Senhor quer abençoar essa família e espera ansiosamente por sua obediência, para que possa fazê-lo.
Atentem para a definição de dízimo dada pela Primeira Presidência da Igreja em uma declaração de 1970, reproduzida no Manual de Instruções da Igreja em vigor:
A declaração mais simples que conhecemos é a do próprio Senhor, ou seja, que os membros da Igreja devem pagar “a décima parte de toda a sua renda anual”[3], o que se entende como rendimentos. Ninguém tem o direito de fazer qualquer outra declaração diferente dessa.[4]
O Manual de Instruções da Igreja consigna, também, que
Os líderes locais devem incentivar os membros a pagar o dízimo assim que recebam seus rendimentos. Contudo, os membros que desejem podem pagá-lo anualmente.
Em uma lição para os rapazes do Sacerdócio Aarônico, consta que, quando pagamos o dízimo antes de todas as outras coisas, aprendemos duas grandes lições: 1) “não terás outros deuses diante de mim”; e 2) é muito mais fácil pagar um décimo quando ainda temos os outros nove décimos do que pagar um décimo quando isto é tudo o que nos restou.[5]
Nesta semana eu entrevistei um converso que está se preparando para receber o Sacerdócio de Melquisedeque. Nossa conversa sobre o dízimo foi muito interessante. Primeiro ele me explicou a natureza dos seus rendimentos e perguntou se deveria pagar o dízimo sobre aquilo que recebia. Eu expliquei, então, que aquele era um assunto entre ele e o Senhor, e que eu só estava autorizado a ler a definição de dízimo autorizada pela Primeira Presidência: que o dízimo é a décima parte de todos os rendimentos anuais dos membros. Na seqüência da conversa, o irmão perguntou se era adequado ele pegar o valor do dízimo e entregar como doação a um orfanato carente. Eu expliquei, então, que o dízimo não é uma questão financeira, mas, sim, uma questão de fé e de obediência. Sendo assim, nós doamos à maneira do Senhor, e não à nossa maneira. À luz desses princípios de fé e de obediência, ele haveria de ter em mente duas coisas: primeiro, se pagamos menos que um décimo, conforme requerido pelo Senhor, não estaremos pagando o dízimo, mas apenas contribuindo para o fundo de dízimo – conforme extraído da mesma lição do Sacerdócio Aarônico[6]; a segunda coisa que aquele irmão deveria ter em mente, conforme ensinado pelo Pres. George Albert Smith, é que devemos, sim, ser generosos e auxiliar pessoas necessitadas, mas devemos fazê-lo com aquilo que nos pertence, e não com a parte que pertence ao Senhor. Pres. Smith concluiu esse pensamento dizendo que
(Deus) é o melhor sócio que você tem no mundo: dá-lhe tudo o que você tem, até mesmo o ar que respira. O Senhor disse que você deve tirar um décimo do que ganha e dá-lo à Igreja, conforme indicado por Ele. Você não fez isso; pegou o dinheiro de seu melhor sócio e o distribuiu.[7]
O Élder Dallin H. Oaks relatou a situação da sua família, quando criança, sobrevivendo após a morte do seu pai:
Durante a Segunda Guerra Mundial, minha mãe, que era viúva, sustentou os três filhos com um magro salário de professora primária. Quando percebi que tínhamos que passar sem algumas coisas que desejávamos por falta de dinheiro, perguntei a minha mãe por que ela dava uma parte tão grande de seu salário como dízimo. Nunca esqueci sua explicação: “Dallin, pode haver algumas pessoas que consigam progredir sem pagar o dízimo, mas nós não o conseguiríamos. O Senhor optou por levar seu pai e deixar-me aqui para criá-los. Não consigo fazê-lo sem as bênçãos do Senhor e obtenho essas bênçãos pagando o dízimo honestamente. Quando pago meu dízimo, tenho a promessa de que o Senhor nos abençoará e precisamos dessas bênçãos para progredir.”
Quero ler, agora, algumas palavras do Élder Robert D. Hales, do conselho dos Doze, extraídas de uma mensagem intitulada Dízimo: uma Prova de Fé com Bênçãos Eternas:[8]
O dízimo é uma prova de fé com bênçãos eternas.1 No Velho Testamento, Abraão provou sua fé ao pagar seus dízimos ao sumo sacerdote Melquisedeque.2 O neto de Abraão, Jacó, prometeu solenemente ao Senhor: "De tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo".3
O dízimo foi estabelecido nestes últimos dias como uma lei essencial aos membros da Igreja restaurada do Senhor. É um dos meios fundamentais pelos quais testificamos nossa fé Nele e nossa obediência a Suas leis e mandamentos. O dízimo é um dos mandamentos que nos qualificam, por causa de nossa fé, para entrar no templo — a casa do Senhor.
Apenas três meses depois do martírio do Profeta Joseph Smith, quando os santos estavam construindo o Templo de Nauvoo, Brigham Young escreveu, em nome do Quórum dos Doze Apóstolos:
"Entrem séria e regularmente em uma observância rígida da lei do dízimo; (. . .) venham, então, à Casa do Senhor e sejam ensinados em seus caminhos, e andem em suas veredas."4 (...)
O dízimo desenvolve e prova a nossa fé. Ao sacrificarmos ao Senhor aquilo que julgamos ser-nos necessário ou desejável, aprendemos a depositar nossa confiança Nele. Nossa fé no Senhor ajuda-nos a guardar os convênios e receber as bênçãos eternas do templo. A pioneira Sarah Rich, esposa de Charles C. Rich, escreveu em seu diário, depois de sair de Nauvoo: "Foram muitas as bênçãos que recebemos na Casa do Senhor, as quais nos trouxeram felicidade e consolo em meio a todo esse sofrimento, e nos possibilitaram ter fé em Deus e saber que Ele nos guiaria e susteria durante a jornada desconhecida que se estendia diante de nós."6
Assim como os pioneiros, a obediência ao pagamento do dízimo fortalece nossa fé, e essa fé dá-nos sustento para sobrepujar as provações, tribulações e sofrimentos durante a jornada de nossa vida.
O dízimo também nos ensina a controlar nossos desejos e paixões pelas coisas do mundo. O pagamento do dízimo incentiva-nos a ser honestos em todas as transações com nosso próximo. Aprendemos que o que nos é dado, por meio das bênçãos do Senhor e do nosso esforço diligente, é suficiente para suprir nossas necessidades.
O dízimo tem um propósito especial como lei preparatória. No início desta dispensação, o Senhor mandou determinados membros da Igreja viverem a lei da consagração, uma lei recebida por convênio. Quando esse convênio deixou de ser cumprido, vieram grandes tribulações sobre os Santos.7 A lei da consagração foi então revogada. Em seu lugar, o Senhor revelou a lei do dízimo para toda a Igreja.8 Em 8 de julho de 1838, Ele declarou: "E este será o início do dízimo de meu povo. (. . .) Os que assim tiverem pagado o dízimo pagarão a décima parte de toda a sua renda anual; e isto será uma lei permanente para eles."9
A lei do dízimo prepara-nos para viver a lei da consagração, que é mais elevada e consiste em dedicar e doar todo o nosso tempo, talentos e recursos em prol da obra do Senhor. Até o dia em que nos for exigido viver essa lei maior, precisamos cumprir o mandamento de viver a lei do dízimo, que é doar liberalmente10 dez por cento de nossa renda anual.
Para aqueles que vivem a lei do dízimo fiel e honestamente, o Senhor promete bênçãos em abundância. Algumas dessas bênçãos são materiais, assim como o dízimo é material. Mas do mesmo modo que as ordenanças do batismo e do sacramento têm aparência física, o mandamento de pagar o dízimo exige sacrifício material, o que acaba por produzir grandes bênçãos espirituais.
Conheço um casal que morava a milhares de quilômetros do templo mais próximo. Embora seus ganhos fossem parcos, pagavam fielmente o dízimo e economizavam tudo o que podiam para fazer uma viagem até a casa do Senhor. Depois de um ano, o irmão do marido, que não era membro da Igreja, ofereceu-lhes inesperadamente duas passagens de avião. Essa bênção material tornou possível a bênção espiritual da investidura e selamento do casal, no templo. Outra bênção espiritual veio mais tarde, quando esse irmão, tocado pela humilde fidelidade do casal, veio a tornar-se também membro da Igreja.
As bênçãos materiais e espirituais do dízimo são especificamente adaptadas a nós e a nossa família, de acordo com a vontade do Senhor. Mas para recebê-las, precisamos obedecer à lei na qual elas se baseiam.11 No que se refere ao dízimo, o Senhor nos disse: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes."12
Há alguém entre nós que rejeite intencionalmente as bênçãos que o Senhor tem para derramar? Infelizmente, é isso que fazemos quando deixamos de pagar nosso dízimo. Dizemos “não” justamente às bênçãos que buscamos e pelas quais oramos. Se vocês duvidam das bênçãos do dízimo, eu os incentivo a aceitar o convite feito pelo Senhor, de "fazer prova Dele nisso". Paguem o dízimo. Destranquem as janelas do céu. Vocês serão grandemente abençoados por sua obediência e fidelidade às leis e mandamentos do Senhor.
Asseguro-lhes que essas bênçãos são derramadas igualmente sobre ricos e pobres. Como diz a letra de um hino, "é o sacrifício que nos garante as bênçãos do céu", e não o montante das contribuições que fizemos.13 Os membros que doam liberalmente 10 por cento de seu rendimento anual recebem todas as bênçãos prometidas do dízimo, quer o total doado corresponda às moedas da viúva ou ao tesouro do rei. (...)
O modo segundo o qual o dízimo é distribuído é significativo em nossos dias. Quando vemos os exemplos de cobiça e avareza entre alguns funcionários irresponsáveis de entidades, sentimo-nos gratos porque o Senhor nos proveu um modo para a administração do dízimo, sob Sua direção.
Por revelação, os bispos são ordenados para "manter o armazém do Senhor; receber os fundos da igreja".15 Espera-se que tanto o bispo quanto os secretários paguem integralmente seu dízimo e vivam prudentemente, dentro do próprio orçamento. Imediatamente após receber as doações de dízimo dos membros de sua ala ou ramo, esses líderes locais transferem esses fundos diretamente para a sede da Igreja.
Depois, segundo a revelação do Senhor, o uso do dízimo é determinado por um conselho formado pela Primeira Presidência, o Quórum dos Doze Apóstolos e o Bispado Presidente. O Senhor afirma especificamente que o trabalho do conselho deverá ser dirigido "por minha própria voz a eles".16 Esse conselho denomina-se "Conselho de Uso do Dízimo".
É notável presenciar esse conselho prestando atenção à voz do Senhor. Cada membro tem conhecimento e participa de todas as decisões do conselho. Nenhuma decisão é tomada sem que o conselho chegue à unanimidade. Todos os fundos de dízimo são usados para os propósitos da Igreja, o que inclui o bem-estar (que é o auxílio aos pobres e necessitados), os templos, a construção e manutenção das capelas, a educação, os materiais de currículo, em resumo, a obra do Senhor. (...)
O dízimo dos membros da Igreja pertence ao Senhor. Ele decide, por meio de um conselho formado por Seus servos, como deve ser usado.
Aos membros da Igreja e a outros, no mundo inteiro, eu presto meu testemunho a respeito do Conselho de Uso do Dízimo. Fiz parte desse conselho por 17 anos, como Bispo Presidente da Igreja e, atualmente, como membro do Quórum dos Doze Apóstolos. Sem exceção, os fundos do dízimo desta Igreja têm sido usados para Seus propósitos.
O Senhor quer que todos os Seus filhos recebam as bênçãos do dízimo. Com freqüência nós, como pais, não ensinamos e incentivamos nossos filhos a viver essa lei porque sua contribuição totaliza somente alguns centavos. Mas sem um testemunho do dízimo, eles ficam vulneráveis. Quando atingirem a adolescência, sentir-se-ão atraídos por roupas, entretenimento e coisas caras, arriscando-se dessa forma a perder a proteção especial que o dízimo proporciona.
Com o passar do tempo, qual será a possibilidade de que um rapaz seja ordenado Élder, sirva em uma missão e ensine eficazmente a lei a outras pessoas, se ele mesmo não a viveu? Quando voltar para casa e precisar enfrentar as pressões de formar-se, de iniciar uma família e uma carreira profissional, será que a lei do dízimo ficará mais fácil de seguir? Do mesmo modo, uma jovem será digna de servir ao Senhor e realizar os convênios do casamento celestial sem ter recebido um testemunho próprio a respeito do dízimo? Será que estará preparada para ensinar a seus filhos uma lei que ela mesma ainda não aprendeu por experiência própria? Oh, quanta fidelidade é exigida dos pais e mães que, unidos, invocam as bênçãos de proteção do dízimo sobre sua família, bênçãos que são deles por direito! O Presidente Lorenzo Snow disse: "Ensinai vossos filhos a pagar o dízimo, para que isso seja observado perpetuamente. Se observarmos essa lei, não importa o que o inimigo venha a fazer, o Senhor nos preservará".18
Dentro de algumas semanas, cada um de nós terá a sagrada oportunidade de apresentar-se diante do bispo e fazer o acerto de dízimo com o Senhor. Seu bispo será bondoso e gentil. Compreenderá os problemas que vocês enfrentam. Se não puderem pagar tudo o que deixaram de pagar no passado, sigam em frente. Comecem hoje. Fale com o bispo sobre sua determinação em pagar o dízimo integralmente doravante e façam um planejamento para voltar a freqüentar o templo o quanto antes. Assim que houverem demonstrado sua fé, pagando o dízimo por um determinado período e cumprindo os demais mandamentos necessários, vocês estarão aptos a desfrutar das bênçãos eternas do templo. Imploro a vocês, não deixem que passe essa oportunidade. Não deixem para depois.
Pais e mães, ao prepararem-se para o acerto do dízimo, eu os incentivo a reunirem seus filhos pequenos e a ajudá-los a contar os centavos. Ajudem seus filhos adolescentes a consultar os registros que tiverem e a fazer um levantamento de seus rendimentos anuais. Que oportunidade de ouro para plantar a semente da fé no coração de seus filhos! Com isso, vocês os colocarão no caminho que conduz ao templo. Tanto as gerações de seus antepassados, que vieram antes de vocês, quanto sua posteridade, que virá depois, levantar-se-ão e os chamarão bem-aventurados, pois estarão preparando seus filhos para realizar as ordenanças de salvação em seu benefício. Não é coincidência, amados irmãos e irmãs, que sob a direção do profeta vivo de Deus sobre a Terra, nos dias de hoje, (...) os templos estejam-se espalhando sobre a face da Terra. Se obedecermos aos mandamentos, que incluem o pagamento do dízimo, estaremos qualificados para entrar nesses templos, ser selados à nossa família e receber as bênçãos eternas. (...)
Amados irmãos e irmãs, as bênçãos eternas do dízimo são reais. Já as experimentei em minha vida e na vida de minha família. A prova de nossa fé consiste em ver se viveremos a lei do dízimo por nossa obediência e sacrifício. Pois, segundo o Profeta Joseph Smith: "Uma religião que não exige o sacrifício de todas as coisas não tem força suficiente para produzir a fé necessária à vida e à salvação".20
[1] Deseret News, Church Section, 16/05/1936, p. 5 – apud Sacerdócio Aarônico – Manual 2, 1993, p. 58.
[2] Robert D. Hales, “Dízimo: Uma Prova de Fé com Bênçãos Eternas”, Conferência Geral, out/2002.
[3] D&C 119:4
[4] Carta da Primeira Presidência, 19/03/1970 – apud Manual de Instruções da Igreja, vol. 1, p. 166.
[5] Sacerdócio Aarônico – Manual 3, 1995, p. 79.
[6] Idem, p. 77.
[7] Apud Robert D. Hales, “Dízimo: Uma Prova de Fé com Bênçãos Eternas”, Conferência Geral, out/2002.
[8] Idem.

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